Por: Vitor Vizzotto
Era dia de clássico. No primeiro confronto do ano que completamos 100 anos de histórias juntamente com os nossos rivais, perdemos. Olhemos para isto como uma realidade. O apático Palmeiras, tomado pelo espírito do ‘já ganhou’, não foi capaz de furar as duas linhas de quatro da marcação corintiana.
O primeiro tópico a ser abordado, depois da catástrofe de ontem, é o esquema tático, que tem que mudar. Em primeira estância, parece que estou me posicionando contra o Eduardo Baptista, mas não, porque ele não mexeu no time errado. Quando ele tirou o Felipe Melo para colocar o Thiago Santos, ele acertou, pois o camisa 30 estava pendurado no jogo com um amarelo. Mas o cerne da questão é o esquema que ele vêm utilizando nestes, praticamente, 2 meses de trabalho.
O 4-1-4-1 não está funcionando com este time. Claro que os jogadores podem se adaptar ao esquema e um dia ele pode virar, porém, acho que ele está caindo no mesmo erro do Marcelo Oliveira, que usava o 4-2-3-1 e não se desprendia da formação.
O que ele pode fazer é entrar com o elenco postado no 4-1-4-1 e no decorrer da partida alterá-lo. Na minha opinião, cada jogo solicita um pensamento tático diferente. Dependendo da maneira que o seu adversário propõe o jogo, você tem que alterar a seu próprio jeito, para surpreendê-lo. E ontem era uma partida de xadrez, que Eduardo perdeu, porque não soube chamar o Corinthians pro campo de defesa.
No segundo tempo nós dominamos, mas não fomos eficientes neste quesito, que era a principal saída para o verdão conseguir, pelo menos, chegar à meta alvinegra. Tocar a bola no campo de ataque não era a solução. Os constantes chuveirinhos na área adversária não surtiram efeito, porque quando o Carille percebeu que precisava tomar uma atitude ele escolheu esperar a hora certa para ganhar a partida, posicionando os seus jogadores em 2 linhas de 4 à frente da meia lua, só com o Kazim avançado.
Keno foi o melhor jogador em campo. Propôs: velocidade e domínio na ponta direita. Neste quesito o nosso comandante acertou, inclusive na escalação dos nomes que formaram o time, pré-jogo. No papel, parecia estar tudo certo. Ele não escalou o Guerra, porque não sentiu que o jogador estava preparado fisicamente. O meia até entrou bem na segunda etapa, mas faltou um pouco mais de confiança para aramar as jogadas. Tanto que ele falhou no gol do Corinthians.
Em suma, à respeito da permanência do nosso técnico, não sou a favor da degola. Porque foi a primeira derrota e a torcida do Palmeiras não soube lidar com essa aposta. Ele pegou um time campeão que possui os melhores jogadores do Brasil e por conta disso, o peso em cima do seu trabalho aumentou em 97%, porque quase todo palmeirense está insatisfeito. Agora, mandá-lo embora é a solução? Qual técnico que pode dar conta do elenco e que seja melhor que ele e que não seja o Cuca? Não tem.
O segundo tópico é a arbitragem. Talvez, se o juiz não tivesse cometido aquele erro crasso, o jogo poderia ter sido diferente. Acho que ganharíamos, porque depois da expulsão o time achou que a partida estava ganha e não se esforçou como deveria. Este é outro ponto que devemos levar em consideração. No futebol, nem sempre a culpa está em cima do técnico. Qual foi o esforço que o time teve para ganhar? Cabe aos jogadores terem o mínimo de raça para tentar colocar a bola pra dentro.
Agora é tocar a vida, este não foi o último Palmeiras x Corinthians e nem o mais importante. Não vamos colocar a carroça na frente dos bois e acharmos que tudo está perdido. As vezes falta calma pro torcedor palestrino e isso, quase sempre, nos atrapalhou.
FORZA PALESTRA