Por: Marina Delamo
“Libertadores! Vamos jogar com raça os jogadores, para ganhar a taça Libertadores.”
Nenhuma outra canção nossa reverencia tanto uma competição. Aliás, bem mais que uma competição. Um sentimento com altas dosagens de adrenalina.
Os rivais compartilham do mesmo tipo sanguíneo. Com muito C9H13NO3 injetado. Mas é aquele tipo de injeção indolor, que nos é aplicada por vivermos e – quase morrermos – por aquilo que nasceu em nós sem pedir licença ou permissão.
Em um teste de emoção que vai da glória à tragédia, e todas as outras boas e más sensações em um misto, colocamos nossa sanidade em risco. Nossa garganta à prova de falhas vocais. Nosso coração à beira de um infarto do miocárdio.
Entre Willian driblando o goleiro e chutando na trave, Borja isolando a bola na linha penal, Dudu expulso de campo por catimba alheia e Fabiano virando, mais uma vez, heroi, aos 54 minutos do segundo tempo, cantamos, vibramos. Respiramos.

Mas é aquele respiro que conta com a ajuda de desfibriladores, de choques em voltagens máximas. Ressuscitamos pois carregamos o verde da esperança e ela não é a última a morrer. Ela não morre. E nós também não. 1942 que o diga.
E aquela raça que cantamos, e que faz o Allianz parecer o Palestra, é repassada aos jogadores. Eles também querem a taça Libertadores. Eles também vivem essa emoção. Nossa maior obsessão.
Se for fácil, jamais será Palmeiras. Se for pior ou melhor que qualquer outro, jamais será Palmeiras. Tem que ser diferente. Tem que sentir o que sentimos. Tem que ter Palestra na alma e Palmeiras no coração.
Seguimos superando ceras e arbitragens não dignas de Libertadores, até o gol sair, até o apito final, até a vitória. Avanti Palestra! Scoppia che la vittoria è nostra!
FORZA PALESTRA